17 de agosto de 2011

A Liga - Trabalho Escravo

O programa A Liga fez reportagens sobre o trabalho escravo moderno que foi exibido no dia 16 de agosto de 2011 (link do episódio). Foram mostrados 3 situações: um de uma carvoaria no Pará, o de um construtora civil em Hortolândia e um ateliê terceirizado de confecção têxtil.


Todos focaram bastante nos trabalhadores: a situação de trabalho precária, mal equipada, e segurança zero.

Como foi dito, é um trabalho escravo "moderno", pois o que segura o trabalhador não são correntes, ninguém ali foi trocado/comprado, etc. O que acontece é que essas pessoas não encontram outro tipo de emprego e o que lhes é oferecido é de péssima condição e com um pagamento injusto para tantas horas de trabalho e de produção total.


Esse carvão mineral feito de maneira precária vai servir para a produção de aço, que como mostrado, é usado nos ônibus que nós pegamos todos os dias. A construtora mostrada é contratada do governo para construir uma escola. E antes dessa, já havia sido construída outro prédio escolar com a mesma companhia. Ou seja, o trabalho escravo é muito mais presente na nossa vida do que nós imaginamos.


Me chamou atenção o foco que deram à Zara, por ser uma empresa gigantesca, multinacional. Foi comentado no por alto que várias grandes empresas de roupas já foram autuadas pelo mesmo motivo, trabalho escravo na confecção de seus produtos, e a citação parou aí. Hoje em dia foi esquecido, mas alguns anos atrás a C&A sofreu os mesmos ataques, e aparentemente ficou tudo bem, as lojas estão aí até hoje, talvez ainda com trabalho escravo, e crescendo.


Isso me lembrou uma história.

Alguns anos atras, um laboratório que produzia um daqueles remédios para o fígado, pequenos flaconetes com um líquido que aliviava mal estar, queimação, etc, foi autuado pelo Ministério da Saúde como atividade enganosa, já que segundo algumas pesquisas feitas nos Estados Unidos mostraram que esses remédios supostamente não tem um efeito diretamente no fígado, como foi dito pelo fabricante (apesar de funcionar como prometido e cortar o mal estar). Isso ganhou reconhecimento na mídia, o Laboratório foi prejudicado e seus produtos para o fígado foram tirados das prateleiras.

Após 3 anos, saiu na revista Carta Capital que todo esse problema tinha sido "encomendado" por uma empresa que fazia o mesmo tipo de produto mas não tinha tanto reconhecimento, portanto, um boicote. O Ministério da Saúde negou as acusações, mas mesmo assim, o caso foi esquecido e o remédio voltou às farmácias.


Enfim, eu vi que aquelas condições eram precárias e trabalho escravo, sim. Não estou defendendo a Zara. O que eu estou dizendo é que esse trabalho ilegal não é culpa da Zara, nem da construtora nem do fazendeiro. É culpa de um país que não oferece educação para seus cidadãos, que não oferece emprego e que ainda tenta fazer as caras de "estou cumprindo a lei". Esses trabalhadores vão sair desse emprego e passar fome. Isso é real, por isso que eles voltam e esse tipo de trabalho sempre vai existir, Band.


Lamentável.

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